O Programa de Pós-Graduação Criatividade e Inovação em Metodologias de Ensino Superior (PPGCIMES) da Universidade Federal do Pará (UFPA) promoveu nesta quinta-feira, dia 28 de setembro, a primeira parte da “Oficina de Mídias”, realizada a partir das 9h, no Prédio de Pós-Graduação do Instituto de Tecnologia (PGITEC) da UFPA. O objetivo da oficina foi socializar conhecimentos voltados à produção de conteúdos midiáticos com pesquisadores de projetos aprovados, por docentes do Programa, para a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) no Pará.

A Oficina de Mídias teve o objetivo de socializar conhecimentos voltados à produção de conteúdos midiáticos.

A SNCT, instituída por Decreto Presidencial em 9 de junho de 2004, tem o objetivo de aproximar a Ciência e Tecnologia da população, promovendo eventos que congreguem instituições na realização de atividades de divulgação científica em todo o País. Este ano, a Semana será realizada no período de 23 a 29 de outubro de 2017, com o tema “A Matemática está em Tudo”, em consonância com as comemorações do “Biênio da Matemática 2017-2018” no Brasil.

Para selecionar e apoiar projetos de eventos de divulgação e popularização da ciência, particularmente de matemática, de abrangência regional ou estadual/distrital, em todas as Unidades Federativas, para execução durante a SNCT 2017, foi aberta a Chamada MCTIC/CNPq nº 02/2017, Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT 2017. Nesta Chamada, foram aprovados os projetos “Da Rasa de açaí à garrafa de Klein: Matemática!” e “Artemática: explorando o potencial artístico da Matemática”, coordenados respectivamente pelo Prof. Dr. Marcos Monteiro Diniz e pela Profa. Dra. Cristina Lúcia Diaz Vaz, docentes na Faculdade de Matemática, do Instituto de Ciências Exatas e Naturais (ICEN) e no PPGCIMES da UFPA.

Com a Oficina, ministrada pelo grupo de pesquisadores do PPGCIMES, serão compartilhados com os participantes conhecimentos sobre a produção, captura e edição de materiais em diferentes mídias para divulgação científica e/ou ações de ensino-aprendizagem. A segunda parte será realizada na próxima quinta, dia 5 de outubro.

Estiveram presentes pesquisadores da UFPA, IFPA, UEPA e da graduação em Licenciatura em Biologia, modalidade a distância.

Estiveram presentes os professores e alunos do curso de Licenciatura em Matemática da UFPA, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA) e da Universidade do Estado do Pará (UEPA), integrantes dos projetos aprovados, aos quais a Oficina foi direcionada, além de discentes regulares do PPGCIMES.

Na ocasião, esteve presente ainda o corpo docente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFPA, Modalidade a Distância, que planeja desenvolver ações integradas com a AEDi para potencializar os processos de ensino-aprendizagem vivenciados atualmente pelo curso. Para o coordenador do curso, Prof. Dr. Jackson Pinheiro, a participação na oficina é muito importante, pois no ensino a distância, o uso das tecnologias é imprescindível. “Nós lidamos com mídias frequentemente, mas não sabemos como utilizá-las de forma profissional. Por conta disso, essa é uma oportunidade que a equipe está tendo de se apropriar dessa parte e, no futuro, utilizar as tecnologias de forma autônoma, para assim aprimorar nossos materiais didáticos”, explicou.

 

A Oficina

No primeiro dia de oficina, pela manhã, foram apresentadas as diferenças conceituais entre comunicação da ciência, divulgação científica, popularização da ciência, disseminação científica e difusão científica. A divulgação da ciência pode ser considerada como um processo que abrange a comunicação da ciência entre diferentes públicos: cientistas para cientistas, cientistas para iniciados e cientista para não iniciados.  Já a popularização da ciência envolve processos de divulgação voltados mais direcionadamente ao público não iniciado, principalmente aquele vulnerável e/ou excluído. Chama-se de iniciado, aquele público que já possui certa familiaridade com a área em questão. Nesse sentido, ao produzir processos e produtos voltados à divulgação e popularização da ciência é necessário, antes de tudo, pensar na finalidade de qualquer ação a ser realizada.

Foram apresentadas as diferenças conceituais entre comunicação da ciência, divulgação científica, popularização da ciência, disseminação científica e difusão científica.

Para despertar a reflexão sobre o que se espera compartilhar ao produzir um material midiático, foi realizada uma dinâmica na qual os participantes precisaram capturar uma fotografia, um vídeo ou um áudio de no máximo um minuto que deveria comunicar alguma mensagem. Posteriormente, os materiais foram analisados e discutidos junto com o grupo.

Já pela parte da tarde, a oficina contou com a colaboração do Diretor de Imagem Marcelo Rodrigues, que abordou aspectos relacionados a fotografia e audiovisual. Foram trabalhados temas como composição fotográfica, exposição e controle de luz, captura de áudio e vídeo, edição, planos e enquadramento, além de movimentos de câmera.

Após o a contextualização teórica, os participantes tiveram a oportunidade de praticar o que foi ministrado, produzindo, em grupos, uma sequência de fotografias que atendessem os aspectos ressaltados durante o primeiro dia de oficina.

Os participantes puderam pôr em prática o que foi discutido.

Para o coordenador do PPGCIMES e Assessor de Educação a Distância, Prof. Dr. José Miguel Martins Veloso, é importante promover oficinas e cursos que busquem a formação de docentes e discentes para o uso das novas tecnologias da informação e comunicação. O professor destaca que, no contexto do ensino-aprendizagem, as ferramentas tecnológicas podem atuar como auxiliares no ensino. “O PPGCIMES, bem como a proposta da Semana, caminha na direção de tentar difundir essas novas tecnologias e os seus usos dentro do ensino e aprendizado. No Programa, estamos tentando implementar as novas metodologias de ensino e associá-las às tecnologias para que as pessoas sintam confiança no uso desses instrumentos na sala de aula” explicou.

Para a discente do quarto ano do curso de Licenciatura em Matemática, da UEPA, Mayara Gabriella Pereira, os conteúdos ministrados na oficina serão importantes para as produções que serão desenvolvidas no âmbito do projeto contemplado na Chamada MCTIC/CNPq nº 02/2017. “Eu acho que a oficina está agregando nossos conhecimentos para futuramente nos ajudar em nossas produções, uma vez que vamos trabalhar com muitas pessoas, em diferentes localidades, então é importante saber a melhor forma de registrar os momentos e produzir materiais de divulgação”, afirmou.

 

Chamada MCTIC/CNPq nº 02/2017

Entre os objetivos da Chamada MCTIC/CNPq nº 02/2017, Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT 2017 destacam-se: promover eventos e ações de divulgação e popularização da ciência que estimulem a curiosidade científica, o caráter inquiridor e o pensamento crítico dos cidadãos; promover ações abrangentes de divulgação e socialização de conhecimentos científicos; incentivar a produção e distribuição de material didático referente à matemática; estimular a geração e a veiculação de conteúdos digitais de popularização da ciência e da tecnologia, em todas as mídias, bem como a utilização de processos inovadores para a socialização do conhecimento científico.

Além da Universidade Federal do Pará, as propostas selecionadas envolvem os grupos de pesquisadores do IFPA, da UEPA, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

Durante o período da SNCT 2017, a Universidade desenvolverá uma série de ações que abrangerá os municípios de Belém Abaetetuba, Bragança, Belterra, Bujaru, Castanhal, Mojuí dos Campos, Santarém, São Miguel do Guamá, Tomé-Açu e Vigia. Estão previstos eventos de ciência móvel, exposição virtual, exposição de objetos matemáticos, oficinas, minicursos, debates orientados, visitas, gincanas e apresentação de materiais lúdicos e artísticos com base matemática.

 

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2017)

A Semana é coordenada nacionalmente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Coordenação-Geral de Popularização e Divulgação da Ciência, da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, com a colaboração de secretarias estaduais e municipais, agências de fomento, espaços científico-culturais e instituições de ensino e pesquisa.

De acordo com o Prof. Dr. José Miguel Martins Veloso, este é um ano muito importante para o país que sediará o Congresso Nacional de Matemática. “O evento trouxe, junto com ele, o desejo dos matemáticos brasileiros de transformar estes dois anos nos anos da matemática. Todos nós sabemos que as disciplinas Matemática e Língua Portuguesa são consideradas os pilares básicos do conhecimento, mas também apresentam grandes problemas de aprendizado. Nossa proposta é tentar difundir o conhecimento matemático e estimular nos estudantes a vontade de aprender”, explicou.